quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Equilibrista em cima do muro

Acho curioso quando dizem que “ficar em cima do muro” é algo tão ruim.

Esse assunto está cozinhando na minha cabeça desde as últimas eleições para presidente. Parecia que era obrigatório ser de esquerda ou de direita.

Essa busca neurótica por posicionamento vale para muitas outras esferas da vida. Eu preciso comer carne ou ser vegetariano. Preciso escolher uma igreja ou religião. Se sou roqueiro, não posso ouvir MPB. Se toco guitarra, só posso ouvir músicas que têm solos. Se estou namorando, tenho que fazer programas com outros casais.

Essa neurose de posição ou até de rotulação, parece uma prolongação da adolescência, em que precisamos encontrar nossa identidade, ser aceito, acolhido e pertencer a algum grupo.

Só que precisamos encontrar identidade própria, pensar por si e tentar enxergar e aceitar o mundo como ele é.

Temos que entender que todas nossas escolhas têm consequências, e que isso é inevitável. Cabe a nós tentar escolher o caminho com os resultados desejados.

Se de cima do muro, à esquerda eu vejo um poço de crocodilos e à direita um rio de lava, eu prefiro continuar me equilibrando.