quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Two and a half social conventions

Lá se foram alguns anos de casado e tem uma coisa que eu ainda não entendo: algumas piadas e reclamações sobre a vida pós matrimônio.

Felizmente, encontrei amigos casados que também pensam como eu. Assim, não me sinto tão alien.

A conclusão mais plausível que cheguei foi a de que reclamar da vida de casado faz parte de uma convenção social. Algo para você parecer "normal" no seu círculo de amigos que se lamuriam dos mesmos motivos comuns tirados de uma rasa conversa de novela ou programa humorístico global.

"A diferença entre casamento e prisão é que na prisão se pode jogar futebol aos domingos."

"Faltando dois dias para o casamento, o noivo muito católico vai procurar o padre: 
 Padre, eu vim aqui propor um negócio. Eu lhe trouxe mil reais, mas em troca eu quero que o senhor corte algumas coisinhas daquele discurso de casamento: 'Amar, honrar, ser fiel...'. É só não falar essa parte! 
O padre aceita o dinheiro, não fala nada e o noivo fica todo satisfeito. 
Quando chega o dia do casamento, o padre olha bem para o noivo e diz: 
 Promete viver apenas para ela, obedecer a cada uma de suas ordens, levar café na cama todos os dias e jurar perante Deus que nunca terá olhos para nenhuma outra mulher? 
O noivo, completamente sem graça e sem saída, acaba concordando. Mais tarde, durante a festa, chama o padre num canto: 
 Poxa, eu pensei que a gente tinha feito um acordo! 
O padre lhe devolve os mil reais: 
 Sinto muito, meu filho. Mas ela triplicou a sua oferta!"

Acima, duas piadas que encontrei em uma pesquisa no Google, mas existe muita gente que realmente pensa como esses personagens. Aí vem a pergunta: se essas pessoas sentem tanta falta da vida de solteiro, por que continuam casadas?

Acho que não sinto falta da minha vida de solteiro porque continuo fazendo as mesmas coisas. Jogo videogame, tomo cervejas, assisto séries e futebol americano. Tudo em dupla.

Não sinto falta do "começo do namoro, quando há borboletas no estômago e o fogo da paixão blablablablabla..."



Parando para pensar, eu prefiro estar onde estou agora. No começo do namoro eu queria impressionar: matar as baratas, bancar o "alfa", vencer discussões...

Ficava tenso para que a pessoa não se decepcionasse comigo. Hoje, eu quero apenas cultivar e oferecer o meu melhor lado no relacionamento. Ao meu ver é completamente diferente. Quero ser sempre uma pessoa melhor do que eu era antes, aprender com minha parceira e ser feliz. Ser verdadeiro.

Um amigo me disse: "você gosta da sua vida de casado porque ainda não tem filhos. Antes, minha mulher perguntava 'o que você quer comer? Hoje, ela não pergunta nada!'.

Ué! Eu não casei com um mordomo.
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"Eu vos declaro marido e Alfred!".

Toda essa introdução falando da minha luta contra convenções sociais só para dizer que esta cruzada vai ter um novo desafio.

Os mesmos que sempre reclamam de seus casamento são os mesmos que reclamam da paternidade.

A nova fase vem cheia de novos clichês:

"Uma piscina gelada em que todos os seus amigos estão lá dentro te chamando:  Vem, pode pular que a água ta quentinha!"

Se ainda não ficou claro: sim, vou ser pai. Minha matilha vai aumentar.

Acho que só comecei a escrever este texto para me policiar e talvez assumir um compromisso mental comigo, minha família e o novo integrante.

Longe de mim subestimar os desafios e dificuldades desta nova fase, mas desejo que eu nunca utilize a desculpa "não posso porque agora sou pai" em qualquer situação.

Almejei tanto por disciplina e parece que agora vou realmente precisar dela. Para não me atrasar nos compromissos, viagens, encontros e claro, meus treinos.

Quero dar o meu máximo para que meu filho ou filha não se sinta um peso na minha vida.

Detesto a ideia de que um dia ele possa se sentir como no quadrinho abaixo:


- Meus sonhos foram despedaçados anos atrás.

- Há quantos anos?

- Quantos anos você tem?

- ...

Bom, é isso. Quero curtir cada etapa. Sabe aquela história que a viagem é mais inportante que o destino? Então...

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