Em uma série de situações grupais, é possível observar um padrão de comportamentos.
Há tempos que percebi e confirmei que, reuniões com o intuito de tomada de decisão frente a algo que não está correndo bem, são absolutamente inúteis.
Perda de tempo.
Tudo corre em 10 etapas.
1 - Discurso introdutório da reunião semelhante a um culto.
“Pessoal, chamei vocês nessa reunião para...”
2 - Primeiras considerações do participante com anotações prévias, que marca em um checklist todos os temas que gostaria de abordar.
3 - Exaltação. Alguém não aprova ou se sente ofendido.
4 - Stress. Discussão em alto volume.
5 - Frase de efeito: “Calma, gente! vamos parar com isso. Precisamos focar no que vai resolver!”
6 - Ânimos se acalmam com a mudança de assunto.
7 - Surge sugestão utópica.
8 - Momento de união e concordância com a ideia que resolverá os problemas.
9 - Empolgação ao discorrer as possíveis consequências da mágica solução.
10 - Fim súbito da reunião, pois outras demandas exigem a atenção dos profissionais.
Um detalhe interessante é que os passos 3, 4, 5 e 6 podem formar um ciclo, ou looping, que ocupa boa parte do evento, conforme abaixo.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Daqui de fora
Estou, há quase cinco anos, fora do mercado da Psicologia.
Meu número de CRP está inativo, mas o interesse pela área sempre correu junto comigo. Por leituras, pesquisas ou mesmo longas conversas com meus amigos e colegas de formação.
Hoje, vejo que eu era inexperiente demais no ano em que me formei. Experiência de vida também conta muito para um bom trabalho do psicólogo, e não apenas competência teórica e técnica. É a diferença entre conhecer a vida por livros e viver de verdade.
Esse fator “vida” faz com que você desenvolva mais empatia, que é essencial na Psicologia moderna.
Outro fator interessante é que passei a entender que os seres humanos não nascem com manual de instrução. Pensar dessa maneira me fez rotular menos. DSM’s e CID’s são excelentes auxiliares diagnósticos, mas os profissionais têm a mania de definir seus clientes pela enfermidade que carregam.
Esse excesso de diagnósticos, ramificações e subtipos criaram um efeito que alguém chamou brilhantemente de “Normalopatia”. Em resumo, um conceito de que existe um padrão de pessoas normais, livres de supostas doenças psicológicas.
Nesse sentido, a sublimação do Freud é um mecanismo de defesa extremamente útil para as pessoas seguirem com suas vidas. Fulano tem TOC de limpeza e foi trabalhar na vigilância sanitária. O sádico Ciclano, em vez de espancar pessoas nas ruas, seguiu uma brilhante e “prazerosa” carreira no UFC.
No fim, é esse o nosso papel como profissionais: ajudar o cliente, seja empresa, pessoa ou qualquer outro grupo, a seguir com sua vida e correr atrás de seus objetivos.
Infelizmente, essa ajuda é quase “passiva”, e na minha neurose, fico muito frustrado. Se o cliente não quiser ser ajudado, nosso trabalho parece ser em vão. Seria apenas mais uma função: eu finjo que presto um serviço e você finge que aproveita.
Tem que querer sair de casa sem a ajuda de antidepressivos.
Tem que querer manter o controle frente a pensamentos irracionais.
Tem que querer entender que somos responsáveis por tudo que acontece na nossa vida e que nossas escolhas têm consequências, agradáveis ou não.
Tem que querer se livrar do que supostamente incomoda.
Frente a essa quase “passividade” do psicólogo, vejo que minha volta ao mercado da Psicologia é muito difícil. Talvez seja um ponto importante para resolver em psicoterapia.
Meu número de CRP está inativo, mas o interesse pela área sempre correu junto comigo. Por leituras, pesquisas ou mesmo longas conversas com meus amigos e colegas de formação.
Hoje, vejo que eu era inexperiente demais no ano em que me formei. Experiência de vida também conta muito para um bom trabalho do psicólogo, e não apenas competência teórica e técnica. É a diferença entre conhecer a vida por livros e viver de verdade.
Esse fator “vida” faz com que você desenvolva mais empatia, que é essencial na Psicologia moderna.
Outro fator interessante é que passei a entender que os seres humanos não nascem com manual de instrução. Pensar dessa maneira me fez rotular menos. DSM’s e CID’s são excelentes auxiliares diagnósticos, mas os profissionais têm a mania de definir seus clientes pela enfermidade que carregam.
Esse excesso de diagnósticos, ramificações e subtipos criaram um efeito que alguém chamou brilhantemente de “Normalopatia”. Em resumo, um conceito de que existe um padrão de pessoas normais, livres de supostas doenças psicológicas.
Nesse sentido, a sublimação do Freud é um mecanismo de defesa extremamente útil para as pessoas seguirem com suas vidas. Fulano tem TOC de limpeza e foi trabalhar na vigilância sanitária. O sádico Ciclano, em vez de espancar pessoas nas ruas, seguiu uma brilhante e “prazerosa” carreira no UFC.
No fim, é esse o nosso papel como profissionais: ajudar o cliente, seja empresa, pessoa ou qualquer outro grupo, a seguir com sua vida e correr atrás de seus objetivos.
Infelizmente, essa ajuda é quase “passiva”, e na minha neurose, fico muito frustrado. Se o cliente não quiser ser ajudado, nosso trabalho parece ser em vão. Seria apenas mais uma função: eu finjo que presto um serviço e você finge que aproveita.
Tem que querer sair de casa sem a ajuda de antidepressivos.
Tem que querer manter o controle frente a pensamentos irracionais.
Tem que querer entender que somos responsáveis por tudo que acontece na nossa vida e que nossas escolhas têm consequências, agradáveis ou não.
Tem que querer se livrar do que supostamente incomoda.
Frente a essa quase “passividade” do psicólogo, vejo que minha volta ao mercado da Psicologia é muito difícil. Talvez seja um ponto importante para resolver em psicoterapia.
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