Já admirei alguns colegas da escola.
Porque eles eram sociáveis e engraçados.
Hoje, só admiro os amigos próximos que ficaram na minha vida.
Admirava muito o Bruce Lee.
Porque ele descia o cacete em todo mundo.
Hoje, admiro as artes marciais apenas como uma forma de buscar equilíbrio e saúde.
Admirava os intelectuais.
Porque eles liam bastante e eram cultos.
Hoje, acho esse rótulo uma babaquice e admiro quem não vende qualquer tipo de auto-imagem.
Admirava os politizados.
Porque eles tinham opinião sobre tudo que acontecia com o país e sabiam com certeza o que precisava ser feito.
Hoje, enxergo o quanto esse eles são fechados em suas dogmas como nas piores religiões.
Admirava os apaixonados pelo futebol.
Porque eles realmente veneravam seus clubes na vitória e na derrota com o maior dos orgulhos.
Hoje, vejo corrupção por todos os lados, violência e cegueira por conveniência.
Admirava os paulistanos.
Porque eles eram trabalhadores, faziam horas extras e adoravam falar sobre o que acontece no próprio emprego.
Hoje, entendo que isso é um desperdício de vida e admiro quem consegue usar seu trabalho como uma ferramenta para se realizar, alcançar sonhos, fazer seus hobbies e viver melhor.
Já admirei os bem-sucedidos.
Porque eles tinham muito dinheiro, frequentavam lugares caros, festas badaladas, usavam grifes e consumiam coisas refinadas.
Hoje, acho que muitos desses lugares, serviços e produtos são um desperdício de tempo. Admiro um bom boteco com cerveja, petiscos e amigos.
Já admirei os briguentos.
Porque eles não desistiam até ganhar uma discussão e convenciam os outros a aceitarem seu ponto de vista.
Hoje, percebo o quanto essas discussões são desagradáveis e desnecessárias.
No fim, admiro tudo que aprendo.
Porque a sensação de perceber as coisas de maneiras diferentes do que eu via antes me deixa feliz.
Daqui uns anos, provavelmente eu vou olhar para o passado e me achar um completo idiota. Da mesma maneira que faço agora.
Mas isso é parte da experiência. Foda-se.
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